Divulgação de dados da Antaq confirma fortalecimento do setor impulsionado pela exportação de commodities
Há mais de uma década que 65% de toda a carga transportada pelos portos brasileiros passa pelos terminais de uso privado (TUPs). Os TUPs apresentaram crescimento de 9,3% em 2017comparadoao ano anterior. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (15/2) em evento da Agência Nacional de Transportes Aquaviários(Antaq), que divulgou as estatísticas do setor aquaviário de 2017.
Para o diretor-presidente da Associação de Terminais Privados (ATP), Murillo Barbosa, os dados reforçam a alta capacidade de operação dos TUPs e as projeções de aumento no investimento e expansão do setor. A convite da Antaq, a ATP fez destaques em relação à movimentação de contêineres, como emChibatão (AM) e Porto Itapoá (SC), que, em curto prazo, têm previsão de investimentos em equipamentos e modernização da infraestrutura para aumentar a área de armazenagem e expansão do cais. Já no médio prazo, o TUP Porto do Pontal pretende iniciar suas obras no segundo semestre deste ano.
“As soluções logísticas para o País passam pelos terminais de uso privado, que são a nova tendência no cenário portuário com a construção de grandes complexos a exemplo do Porto do Açu”, afirmou o presidente da ATP. Ele destacou que o desafio do setor éa melhoria na infraestrutura terrestre e aquaviáriado País.
Entre as principais mercadorias transportadas, o minério de ferro é o carro-chefe das exportações, com participação de 58%, seguido pela soja (10%), contêineres (7%), milho, açúcar, petróleo e derivados- que responderam pelo crescimento de 4%. O principal destino das exportações é a China, seguido pela Holanda e Malásia-que são entrepostos comerciais de distribuição para outras regiões. Em quarto lugar está o Japãoe logo após os Estados Unidos.
Apenas na exportação de minério de ferro, 88% da carga enviada a outros países, o equivalente a 349 milhões de toneladas, passa pelos portos privados. Somente 12% são exportados via portos públicos, o que corresponde a 46 milhões de toneladas.
O diretor-geral da Antaq, Adalberto Tokarski, garantiu que o objetivo do órgão é “visualizar o que precisa ser melhorado na gestão portuária, tirar a burocracia e dar agilidade ao setor”. Em sua apresentação, ele destacou o crescimento de 511% na movimentação de cargas do TUP Hidrovias do Brasil Vila do Conde, que movimentou cerca de 4,7 milhões de toneladas em 2017, tendo a soja e o milho como principais mercadorias.
Também ressaltou o crescimento de 164% na movimentação de cargas do Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), da operadora logística VLI, que transporta mercadorias como fertilizantes, soja, milho, açúcar e de 50% no Porto Sudeste do Brasil, que exportaminério de ferro.
Sobre a ATP
A Associação de Terminais Portuários Privados (ATP) foi criada em 2013 e representa, atualmente, 23 terminais de uso privado do País (TUPs). As empresas que fazem parte da ATP respondem por cerca de 60% da movimentação de cargas marítimas brasileiras e são responsáveis pela geração de cerca de 47 mil empregos diretos e indiretos. A ATP atua em prol da modernização do setor portuário brasileiro e de um ambiente favorável ao investimento. Entende que a eficiência dos portos tem reflexo na infraestrutura logística do País. Os números da ATP e do crescimento de 52% na movimentação de carga dos TUPs nos últimos 10anos permitem afirmar que “a competitividade do País passa por aqui”. A sede da entidade fica em Brasília.
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Joana Wightman
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